domingo, 7 de junho de 2009

Fumaça e pó

Dos amores que nunca vieram
Só restam-se lembranças
Talvez estas as únicas que tenho,
Enquanto o único sentimento
É a esperança

Da vida de um poeta o rezumo é o amor,
Ou talvez a dor
De não conseguir encontrar as palavras certas para abrir os corações femininos

Mas talvez nas incógnitas da vida
Encontraremos as respostas.
Logo enfrente o caminho para o paraíso...

Pois meus olhos embaçados não enxergando a vida em minha fremte
Eu vejo o nosso futuro me dando as costas
E de mim resta apenas a fumaça de um amor,
E o pó de meus versos...

Rafael de Souza Martins (31/05/09 21:20)

Hipnose

Olho nos olhos por quem eu padeço
Não sei ao certo se te encaro
Pois tenho medo de que meus olhos mintam por medo
Ou falem de mais por amor

Em lábios que talvez nunca beijarei,
Sonho na esperança de que acordarei novamente,
E voltarei a te ver por segundos antes que alguém repare,
Antes que eu repare

Mesmo que sem nenhum motivo para ler,
Arrumo inspiração para escrever a ti
Enquanto vejo sua face dentro das palavras tortas

Sei então que por um motivo tolo desvio meu olhar de teu sorriso,
Antes que a vontade me tome,
Antes que eu sinta seu perfume, ou toque em seu cabelo,
Antes mesmo que eu feche meus olhos para não perder a coragem de te beijar...

Rafael de Souza Martins (16/03/09)

Sangue azul.

A cada esquina vejo passos sem donos,
A cada placa ouço carros,
Que talvez correndo ou parados cruzaram,
Apagando as marcas de meus pés

A cada bueiro da cidade, vejo cidadãos afogados pela dor,
Afogados por uma sociedade primitiva
Que por uma moda passageira aniquila o amor...

Em cada telhado branco
Caem gotas de sangue azul,
Manchando o sucesso daqueles que trabalharam a vida inteira
Manchando o caráter que ainda nos resta
Manchando o rosto e a honra de quem morreu na labuta
Que transformou seu sangue vermelho e mortal,
Em sangue azul, impuro por seu passado impiedoso.

Azul da tinta de papeis falsos
Azul da cara de fome do povo que tu enganas
Azul dos sonhos de crianças que alimentam a esperança de um futuro melhor.
Azul do suor de quem te elegeu, de quem te banca.
De quem tu roubas sem vergonha na cara azul que tens.

Rafael de Souza Martins (16/03/09)