domingo, 7 de junho de 2009

Sangue azul.

A cada esquina vejo passos sem donos,
A cada placa ouço carros,
Que talvez correndo ou parados cruzaram,
Apagando as marcas de meus pés

A cada bueiro da cidade, vejo cidadãos afogados pela dor,
Afogados por uma sociedade primitiva
Que por uma moda passageira aniquila o amor...

Em cada telhado branco
Caem gotas de sangue azul,
Manchando o sucesso daqueles que trabalharam a vida inteira
Manchando o caráter que ainda nos resta
Manchando o rosto e a honra de quem morreu na labuta
Que transformou seu sangue vermelho e mortal,
Em sangue azul, impuro por seu passado impiedoso.

Azul da tinta de papeis falsos
Azul da cara de fome do povo que tu enganas
Azul dos sonhos de crianças que alimentam a esperança de um futuro melhor.
Azul do suor de quem te elegeu, de quem te banca.
De quem tu roubas sem vergonha na cara azul que tens.

Rafael de Souza Martins (16/03/09)

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